quinta-feira, 17 de julho de 2008

Entrevista de Pedro Oliveira ao nosso Blog

O Pedro, bem como o Slava, regressou de Monterrey, México, onde participou nos Mundiais de Juniores, tendo já retomado o ritmo normal de treinos com os colegas.

No rescaldo desta sua participação nos seus primeiros Mundiais, o Pedro concedeu uma entrevista ao nosso Blog, que a seguir reproduzimos.

Blog: Por que ficaram os resultados um pouco aquém dos teus melhores tempos?

Pedro: No planeamento de uma época é necessário decidir o grau de prioridade de cada uma das competições em que participaremos e, este ano, no meu caso, no topo dessa hierarquia estão naturalmente os Campeonatos da Europa de Juniores e os Campeonatos do Mundo de Juniores. Acontece, porém, que estes dois eventos se encontram muito próximos no calendário, o que tornou inevitável ter que eleger um e apenas um deles para focalizar a preparação. Ponderando sobre este assunto, e seguindo os conselhos do Slava, acabei por dar preferência aos Europeus; é que nem sempre a prova de maior relevo é aquela em que se deve apostar mais, visto que as possibilidades de obtenção de classificações de destaque são, à partida, menores.
É claro que nos Mundiais teria que me apresentar a um nível condizente com a ocasião, mas é efectivamente nos Campeonatos da Europa que espero estar no meu máximo. Todavia, pela análise que o Slava fez das provas que nadei, o grande problema foram os erros que cometi durante elas.
Comecemos pelos 200m Livres. Logo na partida atrasei-me, mais ainda do que é normal para mim; também a chegada foi demasiado lenta. O Slava diz que se isto não tivesse acontecido tinha feito o mesmo tempo que fiz nos Nacionais. Juntando agora a deterioração da técnica de nado no meio da prova, o resultado final foi substancialmente pior do que poderia ter sido. Aliás, mesmo assim, essa foi a minha segunda melhor marca de sempre e a melhor realizada de manhã.
Nos 800m Livres o problema foi outro. Até aos 500m, os meus parciais estavam significativamente melhores do que nos Nacionais. Mas um ritmo mal calculado numa prova longa acaba geralmente em mau resultado, e aí tive uma quebra brutal. Certamente efeito do meu desastroso início de época, que me fez perder uma parte crucial da pre-paração de base para este ano e que teve, portanto, consequências notórias na resistência. Não obstante, esta foi também a minha segunda melhor marca de sempre nesta prova.
Quanto aos 200m Costas sou levado a pensar que aquela tal falta de treino de base foi a responsável pelo resultado. A verdade é que este ano nunca me senti bem a nadar Costas. Exactamente o contrário do que se passou na época passada.
Feitas as contas, não foi calamidade nenhuma, mas também é certo e seguro que eu fico tudo menos satisfeito quando não melhoro os meus tempos.

Blog: Achas que esta participação nos Mundiais vai afectar as performances no Europeu?

Pedro: Certamente que afectará. Espero apenas que positivamente.

Blog: Qual o nível competitivo geral?

Pedro: Na maior parte das provas o vencedor faz um tempo que supera por larga margem o Recorde Absoluto de Portugal. E prevejo que em edições futuras o nível ascenda ainda a patamares superiores.

Blog: Como foi a camaradagem no seio da comitiva portuguesa?

Pedro: Nesse aspecto nunca há reparos a fazer. Todos nos damos muito bem em qualquer ocasião.

Blog: Foi bom ter o Slava a acompanhar?

Pedro: Claro que sim. Se o treinador acompanha o atleta durante o ano inteiro nos treinos, fazê-lo também nas provas só poderá ajudar.


Blog: Como correu a organização da deslocação por parte da FPN?

Pedro: Relativamente a isso não tenho nada a reclamar. Se alguma coisa não correu bem não é culpa da Federação, tanto quanto eu saiba.

Blog: Quais as impressões de Monterrey?

Pedro: Sinceramente não é uma cidade apelativa. Quando se sai à rua tudo aparenta estar em mau estado. A maior parte dos edifícios são literalmente barracas a cair aos bocados. Felizmente o hotel em que ficámos tinha condições bastante boas, apesar de a comida não ser claramente um ponto forte.
Surpreendentemente, o estado do tempo não era o melhor. Exceptuando os últimos dias da estadia, o céu esteve quase sempre completamente encoberto e a chuva era frequente e até, por vezes, torrencial. O calor é que foi constante, e particularmente intenso no exterior, nos últimos dias.
Mas a única coisa realmente importante era a piscina, e posso afirmar que aquele complexo aquático é um dos melhores que vi até hoje.

OBRIGADO PEDRO E AGORA BOA PREPARAÇÃO PARA OS EUROPEUS!

4 comentários:

Anónimo disse...

É de assinalar a comunhão de ideias entre o Pedro e o seu treinador e bom de ver como o Pedro compreende as condicionantes e os porquês de cada resultado.

Anónimo disse...

grande intrevista!

Anónimo disse...

Boa Pedro.
Não é só nos resultados que se vêm os bons atletas. É também na sua entrega e humildade que os tornam mais fortes.
Força agora para os Europeus.

Anónimo disse...

Pois é Pedro, o início da época foi bastante conturbada pelo pavor que tinhas da faculdade que afinal não passou de mais um ano igual aos outros todos que já fizeste, mas como quem te dizia isso não tem credibilidade nenhuma mas te conhece bem foi pena não teres ouvido mais cedo. Mas ainda foi bem a tempo.